pelo filho, e com tal insistência pedira ao negociante para olhar pelo rapaz, que o bom homem não hesitou em correr logo à casa de pensão de Mme. Brizard.
O estudante carregou com ele para o quarto. — Aí conversariam mais à vontade.
— Pois, meu nobre amigo, disse o marido de Hortênsia, assentando-se defronte de Amâncio e batendo-lhe uma palmada na coxa — seu pai não se cansa de falar a seu respeito. São as saudades, coitado!
E tirando uma carta do bolso para a entregar ao outro:
— Leia, leia e veja como está triste o pobre velho! Ah, meu amigo, acredite que — possuir um pai é a maior fortuna que se pode ambicionar neste mundo!
Amâncio, entre outras coisas, leu o seguinte:
"Não imagina Sr. Campos os cuidados em que eu e a minha boa Ângela nos temos visto por cá com a ausência do rapaz. Nunca pensei que nos fizesse tanta falta. Ela coitada, leva a chorar desde que amanhece, e à noite é aquela certeza dos sonhos ruins e mais não ser! Acho-a muito magra e abatida de tempos a esta parte. Então quando não recebe cartas do filho, o que já se observa há três vapores consecutivos, fica prostrada de tal modo que se não pode levantar da cama.
"Veja, por conseguinte, se alcança que o nosso estudante nunca nos deixe de escrever; duas palavras que sejam, dizendo como está de saúde e que vai bem nos seus estudos. Isso, que a ele não custará muito, poupa todavia cá por casa muitas horas de sofrimento e de desgosto.
"Até já me lembrou providenciar no sentido de fazê-lo vir no fim do ano passar as férias conosco, não sei porém, se tal coisa será conveniente ainda tão no princípio da carreira. O amigo dispensar-me-á o obséquio de escrever a esse respeito.