corresponder à expectativa de seus pais e ser agradável o mais possível aos verdadeiros amigos de sua família.

E a conversa, tomando novas direções, descaiu em assuntos menos circunspectos. Veio então à baila o baile de Melo, e Campos queixou-se de que Amâncio, depois disso, nunca mais lhe aparecera em casa.

— Já tinha a intenção de lá ir domingo...

— Não, contradisse o negociante. — Vá antes, sábado, amanhã, que é aniversário de meu casamento. Não há festa, mas reúnem-se alguns camaradas e toca-se um bocado de piano. Adeus. Não deixe de ir. Olhe, se quiser pode levar seus amigos. Adeusinho.

Amâncio acompanhou-o até à porta da rua e voltou ao quarto.

Estava preocupado; não mais com as cartas da família, mas com a deliciosa intenção de reatar no dia seguinte o namoro de Hortênsia. Só uma pequena circunstância lhe mareava o antegozo desses sonhados momentos de ventura: era a idéia dos seus compromissos como estudante; sentia-os agravados perante a confiança que lhe depositavam, e agora, mais que nunca, a consciência do seu relaxamento, a lembrança de haver faltado às aulas tantas vezes e de não ter aberto livro durante a última semana, azoinavam-no desabridamente.

— Oh! os estudos! os estudos eram o ponto negro de sua vida, o seu desgosto, o terrível espectro de todos os seus sonhos! As regalias que daí viessem mais tarde, fossem elas quais fossem, nunca poderiam compensar aquela profunda tristeza, aquele aborrecimento invencível, que o devoravam.

Semelhante preocupação tirava-lhe o gosto para tudo, azedava-lhe todos os melhores instantes de sua vida. Cada minuto, que se escoava na ociosidade, era mais