O enfermo voltou logo aos lençóis e pôs-se novamente a gemer.

Era Coqueiro quem vinha. Desde a entrada mostrou-se contrariado com a presença de Lúcia. Transpareciam-lhe no rosto os sintomas da desconfiança. Dir-se-ia um ciumento a penetrar de chofre nas recâmaras da amante.

— Aquela mulher não podia estar ali com boas intenções!...

E foi de mau humor que Coqueiro respondeu a uma pergunta dirigida por ela a respeito da moléstia.

Lúcia, também, não deu mais palavra e, logo depois, saiu muito enfiada.



À noite apresentou-se Campos, a quem Coqueiro, de passagem, prevenira dos incômodos de Amâncio; trazia consigo um médico.

Este declarou incontinente que o rapaz tinha bexigas; mas, antes que fizessem espalhafato, afiançou que eram benignas. "Bexigas doidas, cataporas, como vulgarmente chamavam por aí. Ficassem tranquilos, que o caso não era grave; convinha, porém, ter algum cuidado com o doente: — evitar a ação do vento e muita limpeza com a roupa da cama."

Receitou e saiu, prometendo voltar no dia seguinte. Campos seguiu-o até à escada do corredor e tornou ao segundo andar.

A mulher de Paula Mendes, que abrira a porta do quarto para escutar o que dizia o médico, rompeu logo a falar sobre o abuso de consentirem ali "um bexigoso"!

Daquela forma, em breve a casa se transformava num hospital! Já tinham um tísico, que à noite não a deixava dormir com o gogo; agora era um bexiguento;