para onde! Mas não posso deixar de ir: manda-me a dignidade que aqui não fique nem mais um instante!

— Como assim? explica-te!

— Oh! não me perguntes nada! Não me perguntes nada, porque só o que te posso afirmar é que esta súcia... E indicava o andar debaixo com um gesto trágico. — Esta súcia, receosa de que eu te dispute à Amelinha, obriga-me a sair, obriga-me a separar-me de ti! Ah! os miseráveis sabem o quanto eu te amo meu Amâncio! Temem que eu seja um estorvo ao teu casamento com ela.

— Mas, filha, como te podem eles constranger a sair?...

— Não me obrigues a falar, por amor de Deus! Eu não quero, não devo dizer mais nada!

— Ora! Isso não é generoso de tua parte! Se não podes usar de franqueza, para que então me excitas deste modo a curiosidade?

— Não! Não te posso dizer mais nada! Repele-me, se assim entendes, manda-me embora, mas, por piedade não me obrigues a corar em tua presença!...

— Corar em minha presença?... Não entendo, filha! Fala por uma vez. Abre o coração!

— Nunca! nunca!

— Mas é que tu me torturas, Lúcia!

E acarinhando-a:

— Vamos! não sejas criança, fala com franqueza... Dize o que te fizeram! Não acreditas então que sou teu amigo? teu amiguinho? Não crês que representas em minha vida uma preocupação constante, um sonho, uma esperança?...

— Sim, sim, acredito, meu amor, mas não mo obrigues a tratar de coisas, nas quais ainda não tenho o direito de te falar!...