pensar, Amâncio tinha obrigação de fazer à menina um qualquer presente de valor.

Sim! porque, no fim de contas, era muito difícil encontrar aquilo nas casas de pensão! Outros foram eles, que Amâncio teria de pôr os quartos na rua! — Não. Inquestionavelmente, era preciso dar o presente!

E, depois de se concentrar numa pausa:

— Aí uma jóia de uns cem mil-réis... Que diabo! esse dinheiro não o faria pobre...

Mas o estudante, em voz discreta e abafada, confessou a Campos que a brincadeira não lhe havia saído tão de graça, como parecia à primeira vista: Só o mês passado gastara perto de seiscentos mil-réis, sem contar que Sabino vivia numa dobadoura, de casa para a botica e da botica para casa, e eram remédios para Nini, remédios para o tísico do n.º 7, água de flor de laranja para Mme. Brizard, xaropes para Coqueiro; um inferno!... E toda essa droga caía na sua conta! — E os dinheiros emprestados?... E as fitas, os botões, as linhas, as tiras bordadas, que Amelinha estava sempre a lhe pedir que mandasse buscar nos armarinhos sem nunca dar dinheiro para isso?... Não! Sr. Luís Campos não podia calcular o que havia! — Hoje cinco mil-réis, amanhã vinte! E, no tirar das contas, parecia que tudo isso, em vez de ser descontado, era aumentado nas suas despesas!... Que tal?! — Recebera obséquios, sim senhor! mas também puxara muito pela bolsa!

Campos ignorava aquelas particularidades... mas entendia que Amâncio, nem por isso devia menos obrigações à família de Coqueiro.

E ofereceu a "sua modesta choupana", caso o estudante não quisesse continuar ali.

Amâncio rejeitou, um tanto por se lembrar das esperanças que embalava a respeito de Amélia, um tanto por