se não querer sujeitar ao regime do negociante e um tanto por mera cerimônia.

— Enfim, disse o marido de Hortênsia, despedindo-se — acho que o senhor deve fazer o presente e tratar logo de sair daqui; já não digo pela questão da despesa, mas porque lhe convém a saúde. Escolha um arrabalde de bons ares ou então dê um passeio a Petrópolis; o médico afiançou-me que o senhor tem ameaços de febre paludosa, e isso é o diabo na época que atravessamos: a febre amarela grassa por aí que não é brinquedo!



Logo que constaram as novas disposições de Amâncio a respeito de mudança, houve uma grande consternação por toda a casa.

— Deixar-nos? exclamou Mme. Brizard em sobressalto. — Não consentimos! Se para o seu completo restabelecimento é necessário um arrabalde, vamos todos para o arrabalde! Só — isso é que não! Seria até uma falta de humanidade, coitado!

E formou-se um zunzum de opiniões. Cochichava-se pelos cantos, em magotes, discreteando-se projetos em voz de mistério, como se tratasse de um moribundo. Coqueiro andava de um lado para outro, coçando deseperadamente a cabeça, gesticulando, à procura de um meio de conciliar os seus interesses.

Amélia, afinal, subiu ao quarto do doente, e, com uma aflição a quebrar-lhe a voz, toda a tremer, os olhos úmidos, perguntou se ele tencionava deixar a casa.

Amâncio, ignorando o que ia por baixo a seu respeito trejeitou uns momos de indiferença e respondeu: "que não sabia ainda ao certo... havia de ver!... mas que o médico lhe ordenara que fosse"...