Ele, porém, não se desenganava e até já recorria à violência.

— Pior! disse a mulher, notando que o estudante lhe desgrenhava os cabelos e machucava-lhe as roupas. — Já não vou gostando muito da brincadeira!

E, a um movimento desabrido do rapaz:

— Ora pílulas! Isso agora também já é estupidez!

Amâncio ao seu lado bufava, imóvel, emitindo sobre ela olhares de cólera.

— O senhor faz-se desentendido! exclamou Lúcia, afinal, endireitando o penteado e armando as lunetas. — Há muito devia compreender que nada alcançará de mim, enquanto eu estiver com meu marido!

— Marido o quê! desmentiu o provinciano, com a voz sufocada. — Tão marido como eu!

Lúcia olhou para ele, apertando os olhos.

É isso! sustentou aquele. — Sei de tudo! A senhora quer fazer de mim um tolo, pois fique sabendo que não faz! Trate de arranjar outro, porque comigo perde o seu tempo!

Ela o mediu de alto a baixo, levantou desdenhosamente o lábio superior, e afastou-se com um grande ar emproado e senhoril, murmurando entredentes:

— Ordinário!

Amâncio calcou o chapéu sobre os olhos, e, de cabeça baixa e passos lentos, retomou pelo caminho andando, a fustigar com a bengala as ervículas da estrada. Saiu pelo portão da chácara.

Já na rua, sacudia os ombros e disse a meia voz:

— Que a leve o diabo!