O negociante já não compreendia assim: "Estavam a chegar os exames; Amâncio, se saísse da Corte naquele momento, perderia o ano; o melhor, por conseguinte, seria esperar pelas férias. Pois então! eram mais alguns dias de demora que não prejudicavam a ninguém!..."

Coqueiro pensava do mesmo modo. "Nem o colega encontraria alguém com um bocadinho de juízo que lhe aconselhasse uma semelhante viagem antes do ato. Era até loucura pensar nisso."

Cruzaram-se cartas entre o Rio de Janeiro e Maranhão. Amâncio foi considerado maior pelo Juiz de Órfãos; podia receber o que lhe tocava na herança. Mas a firma liquidante ofereceu-lhe sociedade em comandita; ele aceitou, a conselho de Campos, e instituiu na província um advogado de confiança para lhe curar dos bens. Escolheu-se o Dr. Silveira, o dos cabelos pintados, aquele mesmo que, no dia do exame de português, se mostrara tão entusiasmado pelo rapaz.

Até que enfim estava Amâncio livre e senhor de sua bolsa; podia gastar à farta, sem sofrer daí em diante as peias da mesada. E não o amedrontava igualmente o risco de cair na penúria, porque ainda havia para reserva o que tinha a herdar da mãe e da avó.

Os carinhos e as solicitudes da família Coqueiro inflamaram-se, já se vê, com os últimos acontecimentos. O estudante era cada vez mais adulado e em compensação mais explorado. Agora, o irmão de Amélia não punha o menor escrúpulo em lhe aceitar os obséquios e a casa ia ficando a pouco e pouco às costas do provinciano.

Era sempre por intermédio de Amélia que ele sofria a cardadura. Hoje tratava-se do aluguel da casa, amanhã seria a conta do Eiras, depois a dos fornecedores; se