E Amâncio puxou Amélia pelo braço, para lhe dar um beijo.

— Deixe-me... rezingou ela, ainda com um restinho de arrufo. — Você só cuida de si e das suas comodidades... Egoísta!

— Não digas isso, meu bem!

— Pois não é assim?! Qual foi a vontade séria que você já me fez? É bastante que eu mostre gosto numa coisa, para você fazer justamente o contrário... Entretanto, eu, por sua causa, sacrifiquei tudo que possuía!

E começou a chorar, muito infeliz, a dizer que Amâncio tinha razão! — Ninguém lhe mandara ser tola! Ela nunca deveria ter-se entregado senão depois do casamento!

E as suas lágrimas enxugavam-se nos lábios dele.

E assim ficaram alguns minutos, até que Amélia de repente, se lhe tirou dos braços e, abrindo distância, declarou de longe em plena atração de seus encantos, que "não faria nenhum caso de Amâncio enquanto não possuísse o chalé."

Nessa mesma noite ficou assentado que o rapaz, em nome da amante, compraria a casa de Laranjeiras.



Com efeito, uma semana depois, tratava-se da escritura de compra. O negócio correu a galope, visto que a propriedade era de um pândego sequioso por dinheiro.

Podiam cuidar logo da nova mudança; Amélia, porém, não consentiu em tal, sem que se realizasse umas tantas benfeitorias que a "sua" casa reclamava; substituir, por exemplo, o papel da sala de visitas, que era de mau gosto; meter-lhe água, que não havia, e fazer esteirar os aposentos destinados para si junto com seu homem.

Mas Amâncio não podia distrair tempo com essas