toda interesse por ele, no outro — gestos desabridos, ameaças, palavras duras. — Sebo! — Já passava a debique! No fim de contas não valia a pena!

Mas o ladrão da mulher tinha uns olhos tão doces, uns dentes tão brancos, uma pele tão viçosa!... "Não! não senhor! Era preciso acabar com aquilo! Ele estava fazendo um papel ridículo!"...

E deliberava não pensar mais na mulher de Campos. "Que diabo! Se se queria divertir, comprasse um boneco de engonços!"... Quando, porém, dava por si no dia imediato, já os passos o tinham conduzido para a casa do negociante.

"Entraria, mas lá dentro havia de ser forte, inabalável!" E trepava pelas escadas, imaginando improvisar um namoro com a Carlotinha estudando os assuntos de que teria de usar na conversa, calculando os efeitos que a sua afetada indiferença devia produzir no espírito da caprichosa. Bastava, porém, um sorriso de Hortênsia, uma palavra mais terna, um gesto mais amoroso para o fazer ficar caído, desarmado, seguro como nunca. — Era o diabo!

Voltava para casa furioso, atirando com as portas, respondendo de má vontade às perguntas que lhe dirigiam.

Amélia o estranhava, sem dar, contudo, a perceber coisa alguma. Apenas lhe perguntava, aliás, como sempre, onde estivera e, quando o rapaz dizia secamente: "Com Campos", ela fazia:

— Ah!...

E não tocava mais em semelhante coisa.

Uma noite ele entrou ainda pior que das outras. Não quis ir à varanda, meteu-se no quarto, abriu um livro e aí ficou, junto à secretária, com a fisionomia fechada sobre a página.