coisas! Não convém o menor espalhafato antes que o tenha seguro de pés e mãos! Nada de espantar a caça!... Lembra-te, minha rica, de que, no estado em que te achas, só ele te poderá proporcionar uma posição legítima e definida!

Depois desta conferência, Coqueiro ficou mais tranquilo. Agora, a sua maior preocupação era o sobrado da Rua do Resende. — Já lá se iam meses, sem que o conseguisse alugar; o diabo do prédio era grande demais para família e, na disposição em que estavam os quartos só mesmo podia servir para casa de pensão.

Nesta conjuntura, resolveu alugá-lo a várias pessoas; mas, para isso, tinha de fazer obras e faltava-lhe um homem de confiança, que estivesse disposto a ir para lá e tomar conta de tudo. — Ah! Se não fora a família!... ninguém mais se encarregava disso senão o próprio Coqueiro! E fá-lo-ia até por gosto!

Encontrou, porém, o seu homem num velho conhecido empregado no correio e que, já em algum tempo, tomara a seu cargo, nas mesmas condições, a casa de um outro amigo. Chamava-se Damião. — bom rapaz, ativo e zeloso. Estava talhado para a coisa.

Damião, mediante a faculdade de não pagar a parte que ocupasse na casa, comprometia-se a cobrar o aluguel dos outros inquilinos e entregá-lo pontualmente ao senhorio; obrigava-se a fiscalizar a conservação do prédio, a pregar escritos quando houvesse cômodos desabitados e administraria enfim o serviço da pessoa que se encarregasse de fazer a limpeza dos quartos, de varrer os corredores, encher os jarros e moringues, tomar conta da chavaria e ter olho sobre quem entrasse e quem saísse.

Para estes últimos cuidados arranjou-se um homenzinho meio corcunda, português, rafeiro, esperto como