coisa de um ano, hospedei, por amizade, debaixo de minhas telhas!...
— E ele? perguntou o advogado, sem se comover.
— Ele já está de passagem comprada para o Maranhão e foge amanhã mesmo, se não houver uma alma reta e caridosa que lhe embargue a viagem.
— Ela ficou pejada?
— Não senhor.
— É menor?
— Tem vinte e três anos, respondeu o queixoso, triste porque sua irmã não tinha menor idade.
— Está o diabo!... resmungou a raposa; espetando os dentes com o palito. — E ele?
— Ele tem vinte e um.
— Feitos?
— Feitos, sim senhor.
— Bem.
E acendeu um cigarro que levava a preparar lentamente.
— É o diabo!... repisava. — Não se pode fazer nada, sem a verificação do fato... É o diabo!
E calaram-se ambos. O velho a pensar; o outro, de cabeça baixa, o aspecto infeliz, a choramingar baixinho.
— Ele tem recursos? perguntou aquele afinal.
— É rico, bastante rico, respondeu Coqueiro, sem tirar os olhos do chão.
— Emancipado?...
— Totalmente. Órfão de pai! E até sócio comanditário de uma importante casa comercial. Tem para mais de quatrocentos contos de réis.
— Bem. Arranja-se a queixa-crime. Olhe! Deixe-me aí o seu nome, o dele, o da vítima, o dos competentes pais, se os tiverem, as respectivas moradas, profissões, etc., etc. Enfim a substância da queixa...
— O senhor