doutor acha então que?...

— Veremos! Veremos o que se pode fazer!... Não perca tempo — escreva.

Coqueiro escreveu prontamente, interrompendo-se de vez em quando para pedir informações.

— Está direito! sussurrou o advogado, correndo os olhinhos pela folha de papel que o outro lhe acabava de passar. — Pode ir descansado. Vá.

E seu todo impaciente estava a despedir a visita. Esta, porém, fazia não dar por isso e desejava mais esclarecimentos; queria saber ao certo o tempo que deitaria aquela questão. "Se era de esperar que Amâncio casasse com a vítima; se havia recursos na lei para o perseguir, etc., etc."

O velho palitou os dentes, mais vivamente. "Que diabo! Um processo era um processo! Tinha de percorrer todos os componentes sacramentos! Não se chegava ao fim, sem passar pelos meios!... Amâncio podia furtar-se à citação, esconder-se; os oficiais de justiça eram tão fáceis de ser comprados!... tão ordinários!... vendiam-se por qualquer lambugem, por um relógio, por um pouco de dinheiro!...

E principiou a encarecer a causa, grupando termos jurídicos, apontando dificuldades. Sua voz transformava-se ao sabor daquela terminologia especial. Em primeiro lugar tinham de apresentar uma queixa perante o juiz de direito do distrito criminal. Deferida a petição, intimar-se-ia o indicado para a audiência que se designasse. — E os interrogatórios? E a pronúncia? e os recursos?... Enfim havia de se fazer o que fosse possível!..."

— E por enquanto... acrescentou o chicanista, consultando apressado o relógio — não tenho de meu nem mais um segundo!