E despedindo o outro com um aperto de mão:

— Olhe! Procure-me logo mais na polícia, ao meio-dia. Estou lá a sua espera, pode ir descansado. Adeus!

E empurrando-o brandamente:

— Não deixe de ir, hein?... Meio-dia em ponto! Adeus! Desculpe!

Coqueiro saiu, mastigando agradecimentos.

Estava agora mais tranquilo; — a fama do Dr. Teles de Moura enchia-o de esperanças radiosas. "Sua causa não podia cair em melhores mãos!"



E a verdade é que ele, industriado pela raposa velha obteve um mandato de notificação, obrigando Amâncio a comparecer na polícia, imediatamente, para investigações policiais, e peitou o oficial da justiça e arranjou dois secretas e, afinal, o amante da irmã foi conduzido à presença do delegado de semana e daí levado à detenção, donde só sairia para responder ao primeiro interrogatório.

O advogado requereu corpo de delito na ofendida e, para a seguinte audiência, o comparecimento dos outros dois inquilinos que, por ocasião do crime, moravam na casa de pensão — o Dr. Tavares e o guarda-livros.

No inquérito, duas testemunhas fizeram-se ouvir contra Amâncio; um taverneiro das Laranjeiras — bicho gordo, cabeludo, a pele cor de telha e dono de uma venda que encostava os fundos com os da casa de Amélia, e um alferesinho de polícia, noutro tempo vizinho do queixoso em Santa Teresa e agora morador do casarão da Rua do Resende — homenzito magro, pobre de sangue, olhos fundos e boca devastada por uma anodontia horrorosa.

Amâncio, que ainda não conhecia de perto o que vinha ser "um processo" e estava longe de imaginar as