irmã de Coqueiro, dançara com ela duas valsas e desde então ficara sabendo que força era a tal bichinha!..." E seguiam-se pormenores degradantes e revelações descaradas.

Este, sustentava que João Coqueiro sabia perfeitamente de tudo que lhe ia por casa e que era até o primeiro a mercadejar com a irmã, como seria capaz de fazer com a própria mulher, se houvesse um homem de bastante coragem para afrontar aquele dragão! Este outro afirmava que ele não se lamberia com a proteção do carola Teles de Moura, se não fossem as legendárias relações de Mme. Brizard com o falecido Cônego Muniz, ex-redator de um jornal católico.

E choviam as insimulações, as denúncias: "Coqueiro era um hipócrita, um jesuíta! — Fingia-se muito devoto na escola para agradar ao professor Fulano; defendia a escravidão e a monarquia para lisonjear Beltrano; — se entrava numa pândega com os companheiros, no outro dia punha-se a dizer que só ele não se embebedara e não fizera papel triste! — se lhe tocavam em mulheres, o velhaco abaixava os olhos e ficava todo estomagado, e, debaixo da capa de santarrão, ia fazendo das suas! — Era um cão! um tartufo!

Toda essa má vontade contra João Coqueiro redundava em benefício de Amâncio, por quem alguns estudantes pareciam sentir verdadeiro entusiasmo. Na Faculdade de Medicina não se encontrava um só rapaz a favor daquele; ao passo que este tinha por si quase toda a Politécnica. Nas duas escolas falava-se muito em "exploração, em roubo, em piratagem". A cifra dos bens de Amâncio, à medida que passava de boca a boca, ia tomando proporções fabulosas, faziam-na de mil, quatro mil, dez mil contos de réis. Paiva era agora requestado pelos colegas, como um boletim sanitário que