traz os últimos telegramas da guerra. Por saberem de sua intimidade com o réu e das visitas cotidianas que ele fazia à casa de correção, não o largavam um só instante; cercavam-no, cobriam-no de perguntas: "Como estava Amâncio, se triste, abatido, desesperançado, ou se alegre, indiferente, risonho?!... E a tal Amelinha dos camarões?... que fazia? como se portava no negócio? — ia visitar o amante? escrevia-lhe? aparecia a alguém? comprazia-se com a desdita do preso ou era solidária nos sofrimentos dele?"

Paiva respondia para todos os lados, não tinha mãos a medir; os espíritos, porém, longe de se acalmarem com isso, mais se sofregavam e acendiam. A impaciência tomava o lugar da curiosidade: um sobressalto febril, de jogo, preava o coração dos estudantes; os ânimos palpitavam na expectativa de um desfecho escandaloso. Previam-se, com arrepios de gozo antecipado, o impudico espetáculo dos depoimentos, as brutais declarações dos médicos e todo o cortejo descomposto de um júri de desfloramento.

O artigo 222 do Código Criminal lá estava pairando nos ares, cínico e espetaculoso como o flammeum de Nero no banquete de Tigelino.



Campos, entretanto, não podia descansar com a idéia daquela desgraça. Abandonava tudo, esquecia os próprios interesses para correr às bancas dos advogados, consultando, propondo defesas; mais tonto, mais aflito do que se tratasse de salvar um filho.

A situação relacionara-o com Dr. Tavares, o qual, um pouco em represália a Coqueiro por havê-lo despedido de casa, sem as explicações devidas ao seu alto merecimento, e um pouco talvez na esperança de lucros pecuniários,