Ah! bocejou. — O tal moço do pagode de ontem?...
Coqueiro sacudiu a cabeça perpendicularmente.
— É cá, no número dois, mas escusa bater, que ele aí não está. Ficou lá em cima, no onze, com a Jeanete.
E, voltando ao serviço:
— Se ele não é coisa de pressa, o melhor seria procurá-lo mais logo... Deve estar agora ferrado no sono, que levou na pândega até as quatro e meia!...
Coqueiro voltou-lhe as costas e dirigiu-se para o segundo andar. Bateu à porta do n.º 11.
Ninguém respondeu.
Tornou a bater.
Bateu de novo.
— Qui est lá!... perguntou na rouquidão do estremunhamento uma voz de mulher.
— Preciso falar a esse rapaz que aí está, o Amâncio!...
Ouviu-se um farfalhar de panos, chinelas arrastaram, e em seguida a porta abriu-se cautelosamente, mostrando pela fisga um rosto gordo, de olhos azuis.
— Qui est lá!...
Mas Coqueiro, em vez de responder, afastou a porta com um murro e atirou-se para dentro do quarto; ao passo que Jeanete, esfandogada de medo, desgalgava em fralda o escadão que ia ter ao primeiro andar.
Amâncio, em uma cama muito cortinada e muito larga, dormia profundamente, de barriga para o ar, pernas abertas e braços atirados sobre a desordem das colchas e dos lençóis. No chão, ao lado do escarrador, um travesseiro caído, e em torno, por todo o desarranjo da alcova, roupas espalhadas.