se no gabinete, espavorida, a soltar gritos. Vinha-lhe no encalço um sujeito idoso, cheio de corpo, o chapéu à ré, o olhar desvairado e convulso.

— Podes ir para onde quiseres, que eu não te deixo! berrava ele com fúria, a dardejar o guarda-chuva sobre as costas da perseguida. Esta corria de uma lado para outro, procurando escapar-lhe, mas o sujeito agarrou-a pelos cabelos e conseguiu arrebatá-la, levando os dois, aos trambolhões, tudo o que encontravam no caminho.

Em menos de um segundo era completa a desordem no gabinete. Caíram cadeiras; a mesa estremeceu com um encontrão e a saleira e duas garrafas perderam o equilíbrio e tombaram, varrendo copos e esmagando pratos. O guarda-chuva do sujeito havia com um só golpe espatifado os globos do candeeiro e reduzido um espelho a mil pedaços.

— Isto não tem jeito! gritou Paiva ao homem. — O senhor faz mal em invadir desta forma um gabinete ocupado!

Mas o invasor já não ouvia coisa alguma e acabava de sair aos pescoções com a sujeita.

Paiva atirou-se-lhe à pista, armado de uma garrafa. O gerente do hotel apareceu, porém, cortando-lhe o passo e pedindo-lhe, por amor de Deus que não fizesse caso, que deixasse lá os dois se esbordoarem à vontade!

— Era o costume! Acabariam por entender-se perfeitamente!

— O senhor então acha que isto é razoável?! perguntou Paiva furioso.

— Não, decerto!

E o gerente dava aos rapazes toda a razão: — Deviam estar maçados, mas que tivessem paciência! que desculpassem! Não fora possível evitar tão grande sensaboria: O Brás, em questões de mulheres, perdia sempre a