suspirou e escondeu o rosto nas mãos, Mme. Brizard passou-lhe um braço no ombro.

— Coqueirinho! que é isso?...

Queria saber o motivo daquelas tristezas. Começou a interrogá-lo, com a voz untuosa, cheia de amor.

Ele então falou abertamente de suas aspirações, de seus estudos interrompidos, de sua incompatibilidade com o emprego que exercia.

— Sou muito caipora! exclamava. — Sou muito caipora!

E chorava.

Mme. Brizard procurou consolá-lo, falou do futuro, lembrou a idade de Coqueiro e aconselhou-o a que não desanimasse.

Foi daí que lhes veio a idéia do casamento.

Mme. Brizard era muito mais velha do que ele, mas talvez por isso mesmo, fosse a esposa que melhor lhe convinha.

— Ah! ela estava no caso de fazê-lo feliz, porque o amava! Oh! se o amava! Seria talvez uma loucura; talvez viessem a censurá-la; — ela mesma não sabia explicar o que aquilo era, como aquilo acontecera! Mas dava a sua palavra de honra, jurava pela memória de seu pai — em como nunca sentira por ninguém o que então sentia por Coqueiro! Ah! sabia perfeitamente que bem poucos compreenderiam a sua paixão! Sabia que muitos haveriam de ridicularizá-la, haveriam de escarnecê-la; ela própria, até ali, nunca imaginara que se pudesse amar tanto!... Durante a sua vida nunca se sentiu tão possuída por uma idéia, tão escrava, tão vencida, como naquele instante! Contudo, se desejava o casamento não era decerto pelo fato de possuir um homem. — Oh! não! — deixava isso para as almas grosseiras... e Coqueiro bem sabia o quanto seu coração tinha de espiritual