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dos oppostos hum haja de ser necessariamente verdadeiro e o outro falso (85).

89. Ao bem he necessariamente contrario o mal (86). Porem ao mal humas vezes he contrario o bem, outras vezes he-o outro mal (87). Comtudo este ultimo caso em poucos se verifica: pela maior parte o contrario do mal he o bem.

90. He de notar, que de dois contrarios não he necessario que existindo hum, deva existir o outro (88).

91. He facil de comprehender que os objectos de dois contrarios, devem ser identicos, tanto em genero, como em especie (89).

92. E portanto he de necessidade, que dois contrarios ou se comprehendão em hum mesmo genero, ou em generos contrarios; ou que elles sejão generos por si mesmos (90).

93. Quatro são os modos, porque huma coisa se diz ser primeira do que outra: o primeiro e o principal he em razão do tempo (91): o segundo he quando, devendo-se concluir da existencia desta a daquella, não se póde concluir reciprocamente (92): o terceiro he quando se diz primeiro em razão de alguma determinada ordem (93): e além destes, que ficão ditos, parece ser primeiro por natureza, o que he melhor e mais estimado (97).

94. Poderia lembrar, que além dos quatro referidos ainda existe outro quinto modo de prioridade; porque de duas coisas, das quaes dada a existencia de huma se conclue a da outra: e reciprocamente; aquella de entre ambas, que de algum modo he cauza de existencia da outra, com ra-

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