CINCO MINUTOS
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para mim e apoiou as mãos sobre o meu hombro.

— Meu amigo, disse ella com voz debil, vou te pedir uma cousa, a ultima. Tu me promettes cumprir?

— Juro, respondi-lhe eu com a voz cortada pelos soluços.

— D’aqui á bem pouco tempo... d’aqui á algumas horas talvez... Sim! sinto faltar-me o ar!...

— Carlota!...

— Soffres, meu amigo! Ah! si não fosse isto eu morreria feliz.

— Não falles em morrer!

— Pobre amigo, em que deverei fallar então? Na vida?... Mas não vês que a minha vida é apenas um sopro... um instante que breve terá passado?

— Tu te illudes, minha Carlota.

Ella sorrio tristemente.

— Escuta; quando sentires minha mão gelada, quando as palpitações do meu coração cessarem, promettes receber em teus labios a minha alma?