CINCO MINUTOS
47
— Mas então porque esse mysterio?
— Esse mysterio, bem sabe, não é uma cousa creada por mim, e sim pelo acaso; si o conservo é porque, meu amigo... não deve amar.
— Não a devo amar! Mas eu amo-a!...
Recostou a cabeça no meu hombro, e eu senti uma lagrima cahir sobre meu seio.
Estava tão perturbado, tão commovido d’essa situação incomprehensivel, que senti-me vacilar, e deixei-me cahir sobre o sofá.
Ella sentou-se junto de mim; e, tomando-me as duas mãos, disse-me um pouco mais calma:
— Diz que me ama!
— Juro-lhe!
— Não se illude talvez?
— Si a vida não é uma illusão, respondi, penso que não, porque a minha