CINCO MINUTOS
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poderosa da natureza no seu primitivo esplendor.

Iriamos, pois, á uma d’essas solidões desconhecidas; o mundo abria-se diante de nós, e eu sentia-me com bastante coragem para levar o meu thesouro além dos mares e das montanhas, até achar um retiro onde escondesse a nossa felicidade.

N’esses desertos, tão vastos, tão extensos, não haveria siquer vida bastanto para duas creaturas que apenas pediam um palmo de terra e um sopro de ar, afim de poderem elevar á Deos, como uma prece constante, o seu amor tão puro?

Ella dava-me vinte e quatro horas para reflectir, e eu não queria nem um minuto, nem um segundo.

Que me importavam o meu futuro e a minha existencia, si eu os sacrificaria de bom grado para dar-lhe mais um dia de vida.

Todas estas idéas, minha prima,