Naturalmente nós todos começamos a rir. A pequena tinha jeito para a coisa. Cada gesto seu era um modelo de topete e de cinismo, deste cinismo de bombonière em montra de confeiteiro, um cinismo que se oferecia, que se ofertava, que estava ali. No meio das outras, os cabelos louros repuxados para trás como a crina de uma poldra, o dorso cilhado pelas barbatanas do colete que lhe comiam o ventre, pondo em relevo a linha das ancas, o busto empinado, as mãos adejantes, a garota dançava como ninguém a vertigem do cake-walk. Fora Cinira Polônio, a estrela coruscante, que com seu faro de teatro descobrira na linha de vinte coristas aquele diabo.
- Olhem - fazia ela - por que não dançam vocês com a pequena?
Imediatamente, todos