os olhos convergiram para o bichinho, minutos antes anônimo. O maestro parou: "- Homem, realmente, estou vendo isso mesmo!" O empresário coçou a cabeça, e todo o teatro, naquela hora de ensaio, em que a crua violência do sol do terraço tomava um esmorecido ar cerúleo para os lados do palco, esperou com um sorriso pregado na face. As coristas, algumas conservavam as mãos no ar e eram uma galeria de caras empapuçadas ainda do sono da manhã, mas bem moças, bem fortes. Cinira Polônio fez um gesto.
- Venha cá você.
A pequena sorriu e aproximou-se num passo de footing, o passo esporte inaugurado por certas cocotas nas fatigantes exibições do Castelões. Tinha um enorme chapéu de palha-do-chile com fitas de veludo, e era a única de lábios pintados.
- Pronto.
- Nunca trabalhaste em teatro?
- Não senhora, agora é que estréio.
- Ah! estréias agora, - sorriu a estrela acentuando o verbo. - E donde vens?
- Venho da casa de Chica Pereira, estou lá por causa de um sujeito que me queria explorar. Compreende, eu não sou dessas. Foi lá que eu aprendi o cake-walk com os ingleses, uns diabos, madame, que é chegar e é vestirem-se com a roupa da gente.