acompanhando o movimento febril da multidão, fez um vago gesto, ficou cheirando o seu cravo.

Nós descemos a escada pequena que dá no botequim. Já a orquestra tocava um fandango e a bela Carmem, uma antiqüíssima espanhola de meias rubras, soltava olés roufenhos. O público desinteressava-se. O barão parou um instante como à espera de um homem gordo, que caminhava amparado à bengala. O homem vinha conversando com dois rapazes de fraque e chapéu de palha, que recuavam estendendo as mãos como a abotoar invisíveis inimigos e caíam para a frente, mimando cabeçadas cruéis. O homem gordo acabou por acostar-se no balaústre e disse sem rir:

- C'est drôle ça!

Um dos moços, com o colarinho inverossimilmente alto, afastou o outro na ânsia de acumular as atenç5es e segurando a gola do gorducho, murmurou:

- Então eu segurei o cabra...

O barão seguiu.

- São os elegantes valentes! Não acabam mais com as histórias. Vamos ver a Verônica... Sabes que ela se perfuma de sândalo?

Seguimos para o fundo do jardim onde só havia, na iluminação de névoa, entre as árvores, duas mulheres de grande manto a conversar: subimos a entrada de sarrafos da caixa. O régisseur, um italiano louro de face inteligente, cumprimentou-nos