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são de Fr. Baudry) vem como episodio na Guarda-Patas. Nas Fiabe, Novelle e Raconti, de Pittré, n.º 10, vem este mesmo thema tradicional. No Pantcha Tantra (trad. Lancereau, p. 244) ha uma princeza casada com um principe serpente, a qual é expulsa de casa pelo pae. Adiante reproduziremos a fórma litteraria d'esta lenda como se lê no Nobiliario do Conde D. Pedro, do seculo XIV. Nos Contos populares do Brazil, n.º III, vem com o titulo de Rei Andrada. (Vide supra notas 19 e 20.) Ha uma versão portugueza, colligida por Pedroso, Pedro Cortiçôlo. Na collecção de Maive Stokes, Indian Fairy Tales, n.º XXIII, vem com o titulo The princesse who loved her fatter like salt.


51. As crianças abandonadas. — Ha outras versões de Guimarães e Villa Real (ap. Leite de Vasconcellos, Tradições populares de Portugal, p. 264 e 266); outra nos Contos populares portuguezes, e nos Portuguese Folk Tales, de Consiglieri Pedroso, traducção de Ralston, n.º XIV, apparecem duas versões com o titulo As duas crianças e a Feiticeira. Sobre este conto Ralston cita um paradigma norueguez Boots and the Troll. (Op. cit., p. VII.) As botas de sete leguas são interpretadas como uma fórma mythica do vento; acha-se nos Contos esthonianos de Frederico Kreuzenwald, n.º XI. (Ap. Gubernatis, Myth. zool., t. I, 174.) No XVI conto esthoniano tambem se marca o caminho deixando cahir cascas. (Ib., p. 178.)


52. O afilhado de Santo Antonio. — Ha versões de Guimarães e Cabeceiras de Basto, ap. Leite de Vasconcellos, Tradições populares de Portugal, p. 271 e 274.


53. A filha do Diabo. — Liga-se á lenda medieval do Roberto do Diabo, que anda na litteratura de cordel em Portugal. Vide o nosso estudo sobre Os Livros populares portuguezes. (Era Nova, n.º 1 e 2.)