Aquelles quatro seres eram a sua vida.
Fundia-os a todos na mesma adoração apaixonada e timida.
Vivia d’elles e para elles.
Henrique era o seu respeito. Margarida o idolo do seu passado, os dous cherubins louros, a unica esperança suave do seu futuro.
Sacrificar-se, esquecer-se, abnegar de si, eis o modo obscuro e sublime pelo qual elle sabia querer!
Mas os dous pequeninos que não eram turbulentos nem crueis, tinham nas suas caricias inconscientes o balsamo poderoso, o balsamo divino para as chagas occultas d’aquelle coração que a vida ulcerára tanto e tanto.
XII
Desde algum tempo que Thadeu andava inquieto.
Com o seu faro finissimo de rafeiro fiel presentia no ar um perigo desconhecido, alguma cousa de mysterioso e de sinistro, que ouvia rugir ao longe como no fundo de uma voragem.
Na apparencia todos viviam tranquillos:
Henrique sempre bom, sério, pensativo, de uma indulgencia de forte, de uma doçura de heroe.
Margarida sempre buliçosa, inquieta, cheia de