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CONTOS CARIOCAS
IX
Um dia encontro-a só e lhe pergunto
Como se explica tal metamorphose.
Se é o respeito á memória de defunto
Que faz com que o gozado ja não goze.
Respondeu-me que não; que fez loucuras
Pelo desejo de ser mãe! Jurava
Que nas suas galantes aventuras
Buscava um filho, nada mais buscava!
E nos seus labios humidos diviso,
Como uma sombra de abysmados mundos,
Aquelle mesmo angelico sorriso
Das entrevistas do portão dos fundos.
NOTA FINAL
Esta historia, leitor, é puro invento.
Eu não quero, por Deus! ficar mal visto!
N’um dia em que me achei mais pachorrento,
Não tendo nada que fazer, fiz isto.
Essa mulher nunca viveu, nem vive;
Nunca viajei por ignorados mundos;
Nunca tive aventuras: nunca tive
Taes entrevistas no portão dos fundos.