IMPROBUS AMOR...
 

O Alfredo era poeta,
E na imprensa chamavam-lhe eminente;
Todavia, gostava loucamente
De uma mulata quasi analphabeta,
Que desdenhava o seu amor ardente,
Pois que lhe preferia
O primeiro caixeiro
De um armazem de seccos e molhados.

Suspirando e gemendo noite e dia,
E tirando do fundo do tinteiro
Chorosos versos, versos inflammados,
Que a mulata não lia,
E quando os lesse, não os entenderia,
As esperanças não perdia Alfredo
De, mais tarde ou mais cedo,
Aquelle coração tornar mais brando.

Um dia, um bello dia, eis sinão quando
Uma poetiza de talento, e bella,
Branca e não amarella,
Mixto de musa e fada,