NHÔ-NHÔ
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Para pagar o luxo do Brochado.
São irmãs delle. Adoram-no. Contentes,
Não maldizem o fado:
Vivem ambas felizes, sorridentes,
Por verem satisfeito o tal peralta
Por quem se sacrificam e a quem amam!
A ellas, coitadinhas, tudo falta,
Mas nada falte ao seu irmão querido,
Ao seu lindo Nhô-nhô, que assim lhe chamam.

Quinquagenarias ambas, afagadas
Nem sempre são pelo patife; ás vezes,
Quando as pagas demoram os freguezes,
Pelo irmão com injurias maltratadas
Choram, mas tudo, tudo lhe perdoam:
Lagrimas seccam e palavras vôam.

Um idéa sómente as mortifica:
Si ellas morrem, sósinho o Nhô-nhô fica...
Não aguenta o repuxo...
Mas o Brochado diz-lhes, convencido:
— Nem eu trabalho, nem dispenso o luxo;
Si morrerem vocês, eu me suicido! —