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Já não será do mesmo sentir o leitor que tiver passado a segunda mocidade e vir diante de si uma velhice sem recurso. Para esse, a Miss Dollar verdadeiramente digna de ser contada em algumas paginas, seria uma boa Ingleza de cincoenta annos, dotada com algumas mil libras esterlinas, e que, aportando ao Brasil em procura de assumpto para escrever um romance, realisasse um romance verdadeiro, casando com o leitor alludido. Uma tal Miss Dollar seria incompleta se não tivesse oculos verdes e um grande cacho de cabello grisalho em cada fonte. Luvas de renda branca e chapéo de linho em fórma de cuia, serião a ultima demão d’este magnifico typo de ultra-mar.

Mais experto que os outros, acode um leitor dizendo que a heroina do romance não é nem foi Ingleza, mas Brasileira dos quatro costados, e que o nome de Miss Dollar quer dizer simplesmente que a rapariga é rica.

A descoberta seria excellente, se fosse exacta; infelizmente nem esta nem as outras são exactas. A Miss Dollar do romance não é a menina romantica, nem a mulher robusta, nem a velha litterata, nem a Brasileira rica. Falha d’esta vez a proverbial perspicacia dos leitores; Miss Dollar é uma cadellinha galga.

Para algumas pessoas a qualidade da heroina