no mesmo lugar em que pousárão os labios de Magdalena.

Estevão tocava piano, e ás vezes executava algum pedaço de musica a pedido de Mgadalena.

N’essas e n’outras distracções lá passava as horas.

O amor não adiantava um passo.

Podião ser ambos duas crateras prestes a rebentar a lava; mas até então não davão o menor signal de si.

Esta situação incommodava o rapaz, acanhava-o, e fazia-o soffrer; mas quando elle pensava em dar um ataque decisivo, era exactamente quando se mostrava mais cobarde e poltrão.

Era o primeiro amor do rapaz: elle nem conhecia as palavras proprias d’esse sentimento.

Um dia resolveu escrever á viuva.

— É melhor, pensava elle; uma carta é eloquente e tem a grande vantagem de deixar a gente longe.

Entrou para o gabinete e começou uma carta.

Gastou n’isso uma hora; cada phrase occupava-lhe muito tempo. Estevão queria fugir á hypothese de ser classificado como tolo ou como sensual. Queria que a carta não respirasse sentimentos frivolos nem máos: queria revelar-se puro como era.

Mas de que não dependem ás vezes os acontecimentos? Estevão estava relendo e emendando a carta