Estava triste e desconsolada. Estava com raiva de mim propria. Fazia-me algoz de Emilio e doia-me a idéa de que elle padecesse ainda mais por mim.
Mas, serião nove horas, quando meu marido appareceu trazendo Emilio pelo braço.
Houve um movimento geral de sorpresa.
Realmente porque Emilio não apparecia alguns dias já todos começavão a perguntar por elle; depois, porque o pobre moço vinha pallido de cêra.
Não te direi o que se passou n’essa noite. Emilio parecia soffrer, não estava alegre como d’antes; ao contrario, era n’aquella noite de uma taciturnidade, de uma tristeza que incommodava a todos, mas que me mortificava atrozmente, a mim que me fazia causa das suas dôres.
Pude fallar-lhe em uma occasião, a alguma distancia das outras pessoas.
— Desculpe-me, disse-lhe eu, se alguma palavra dura lhe disse. Comprehende a minha posição. Ouvindo bruscamente o que me disse não pude pensar no que dizia. Sei que soffreu; peço-lhe que não soffra mais e esqueça...
— Obrigado, murmurou elle.
— Meu marido fallou-me de projectos seus...
— De voltar á minha provincia, é verdade.
— Mas doente...
— Esta doença ha de passar.