setim, collo e braços como os das estatuas, taes erão os traços da belleza de Emilia.

Quanto ao velho que lhe dava o braço, era, como disse, um homem de cincoenta annos. Era o que se chama em portuguez chão e rude, — um velho gaiteiro. Pintado, espartilhado, via-se nelle uma como que ruina do passado reconstruida por mãos modernas, de modo a ter esse aspecto bastardo que não é nem a austeridade da velhice, nem a frescura da mocidade. Não havia duvida de que o velho devia ter sido um bello rapaz em seus tempos; mas presentemente, se algumas conquistas tivesse feito, só podia contentar-se com a lembrança d’ellas.

Quando Emilia entrou no jardim todos se achavão de pé. A recem-chegada apertou a mão a Azevedo e foi beijar Adelaide. Ia sentar-se na cadeira que Azevedo lhe offerecêra quando reparou em Tito que se achava a um lado.

Os dous comprimentárão-se, mas com ar differente. Tito parecia tranquilo e friamente polido; mas Emilia, depois de comprimental-o, conservou os olhos fitos n’elle, como que avocando uma memoria do passado.

Feitas as apresentações necessarias, e a Diogo Franco (é o nome do velho braceiro), todos tomárão assentos.