— Bons dias, chapellinho encarnado.»

— Bons dias, meu senhor, respondeu delicadamente a pequena.»

— Onde vaes tão cedo?»

— A casa da minha avó que está doente.»

— E levas-lhe alguma cousa?»

— Levo, sim senhor; levo-lhe uns bolos e uma garrafa de vinho para lhe dar forças.»

Dize-me onde mora a tua, avó, que tambem a quero ir ver.»

— É perto, aqui no fim da floresta. Ha ao pé uns carvalhos muito grandes, e no jardim ha muitas nozes.»

— Ah! tu é que és uma bella noz, disse comsigo o lobo. Como eu gostava de te comer.» Depois continuou em voz alta: — Olha, que bonitas arvores e que lindos passarinhos. Como é bom passear nas florestas, e então que quantidade de plantas medicinaes que se encontram!»

— O senhor, é com certeza um medico, respondeu a innocente pequenita, visto que conhece as ervas medicinaes. Talvez me podesse indicar alguma que fizesse bem a minha avó.»

— Com certeza, minha filha, olha, aqui está uma, e esta tambem, e aquella.» Mas todas as plantas que o lobo indicava, eram plantas venenosas. A pobre creança, queria-as apanhar para as levar a sua avó.

— Adeus, meu lindo chapellinho encarnado, estimei muito conhecer-te. Com grande pena minha, tenho de te deixar para ir ver um doente.»

E poz-se a correr em direcção da casa da avó, emquanto que a pequerrucha se entretinha em apanhar as plantas que elle tinha indicado.