OS PECEGOS


Um lavrador que tinha quatro filhos trouxe-lhes um dia cinco pecegos magníficos. Os pequenos, que nunca tinham visto semelhantes fructos, extasiaram-se diante das suas côres e da fina penugem que os cubria. Á noite o pae perguntou-lhes:

— Então comeram os pecegos?

— Eu comi, disse o mais velho. Que bom que era! Guardei o caroço, e hei de plantal-o para nascer uma arvore.»

— Fizeste bem, respondeu o pae, é bom ser economico e pensar no futuro.»

— Eu, disse o mais novo, o meu pecego comi-o logo, e a mamã ainda me deu metade do que lhe tocou a ella. Era doce como mel.»

— Ah! acudiu o pae, foste um pouco guloso, mas na tua edade não admira; espero que quando fores maior te has de corrigir.»

— Pois eu cá, disse um terceiro, apanhei o caroço que o meu irmão deitou fóra, quebrei-o, e comi o que estava dentro, que era como uma noz. Vendi o meu pecego, e com o dinheiro hei de comprar coisas quando for á cidade.»

O pae meneou a cabeça: