uma desconfiança, e innacçaõ, que he taõ prejudicial parao o Commercio do Norte como poderá ser a mesma guerra.”
Traz este paragrapho duas notas; a primeira, he ao Reyno de Portugal, e diz, “ Jamais poderaõ tirar deste Reyno as vantagens que até agora elles tiraram,” a segunda he sobre a Russia, e diz, “ Antes éra temor de um rompimento, agora ja tem a Russia declarado guerra á Inglaterra.”
Este paragrapho, e suas notas, servem para mostrar o tempo em que este folheto foi escripto, que he, sem a menor duvida, depois da sahida do Principe Regente para o Brazil; por quanto estas duas notas ao texto daquella gazeta Ingleza, suppoem ja a guerra da Russia declarada, e o commercio de Portugal interdicto aos Inglezes. Mas o governo Francez, para dar a ésta publicaçaõ certo ar de authoridade, que impozesse á Naçaõ Portugueza, mandou-lhe pôr no Frotespicio, “ impresso com licença do Dezembargo do Paço.” Quando tudo o que se imprime em Lisboa, depois da sahida do Principe, vem com ésta declaraçaõ, “ Impresso com Licença do Governo,” Esta falta de Sinceridade Franceza, com que se pertende illudir a Naçaõ Portugueza; he a que eu pretendo fazer conhecer; e, como este, saõ todos os mais actos do Governo Francez.
O author neste paragrapho faz grande ostentaçaõ de se haverem fechado contra os Inglezes os portos do Baltico, Prussia, Portugal, &c.
A Inglaterra soffre, com éstas medidas violentas do Governo Francez, porém as mais Naçoens arruînam-se inteiramente. Ha um dictado Portuguez, que diz; “ O homem máo tîra um olho a si, para tírar dous ao vizinho.’ Mas Buonaparte faz mais, tira a todas as Naçoens ligadas com a França dous olhos, para tirar aos Inglezes um olho. Para explicar ésta minha proposiçaõ, exemplificarei com Portugal; pois este paiz, sendo o principal