desembarcar nelles os seus carregamentos respectivos, e pagar os direitos, que se signalarem na proxima sessaõ do Parlamento, isto verificado, e naõ de outro modo, poderaõ voltar a carregar, e encaminhar-se a portos inimigos, munidos de documentos authenticos, para justificar ésta circumstancia. Os direitos que se carregáram sobre o vinho, café, assucar, e tabacos estrangeiras seraõ consideraveis, para deste modo assegurar a prefereucia aos effeitos Inglezes da mesma classe. ‘ Por este Decreto tyrannico, quer destruir os debeis restos da independencia dos mares; quer que daqui cm diante naõ possa embarcaçaõ alguma navegar sem ter de arribar aos seus Portos, sem pagar hum tributo á sua pretendida soberania, e sem receber della uma licença ignominiosa. Porém S. M. o Imperador e Rey, que sempre desejou dar a liberdade aos máres, e oppor-se aos barbaros projectos, que a Inglaterra tem formado para a oppressaõ da Navegaçaõ; e naõ podendo vêr com indifferença destrurr os direitos, e privilegios das naçoens neutraes, e usando S. dicta Magestade Imperial de uma justa reciprocidade, mandou pelo seu Decreto de 17 de Dezembro de 1807, dar por boa preza todo o navio, seja da Naçaõ que fôr, que tiver sahido dos portos da Gram Bretanha ou das suas Colonias, ou pagando algum tributo aos Inglezes, ou communicando com elles no mar, com outras disposiçoens relativas a este mesmo objecto: mandando outro sim cessar éstas providencias, logo que o Governo Inglez tornar aos principios do Direito das Gentes, que regûlam as relaçoens dos Estados Civilizados, quando se ácham em guerra.
Copiei por inteiro este longo e tedioso paragrapho, para que o author se naõ queixe, que taõ interessante discurso apparecia truncado, aliàs pourparîa ao leitor o trabalho de lêr semelhante rapsodia. Examinando porém o contexto, se reduz o argumento a que a Inglaterra aspîra a elevar a sua Naçaõ a um gráo de poder immenso. O