Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/253

da parte da mãi, com quem nao tinha competência defta herança; ao qual em ódio dos outros nao fomente deo o regimento de todo feu eftado per oíiicio, lègundo íeu cot tume, mas ainda fe defcuidou tanto do governo, e occupou em coufas de feu prazer, que o povo nao conhecia, nem obedecia já fenao á peíToa de Bcmoij. E como elle era homem prudente, vendo que com os noílbs navios, que andavam no refgate daquella coíla, a terra engroíTava com cavailos, e outras mercadorias, de que ella carecia, as quaes coufas fe lhe vielfem á m.ão o podiam fazer mais poderofo,!cixou as terras do fertao, e veio bufcar os portos do mar, onde noíTos navios hiam fazer refgate. Na maneira de contratar com os quaes ufava deíla prudência, m.andar pagar qualquer cavallo que morria em o navio, e baftava por teílemunho moftrarem-lhe o cabo delle; porque dizia que quando o tal cavailo fe embarcara, já fora em feu nome, e que não era razão que os homiCns perdei fem o feu, pois hiam tão longe a lhe levar o que elle havia miílcr. E nao fomente tinha eíle modo de contentar as partes, mas ainda em as coufas do fervico delPvej Dom foão, em cujo tem.po elle concorreo, como homem que efperava de fe aproveitar ie ília amizade tanto que os feus navios

VI-