Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/258

e defemparado dos fcus em hum a baralha que Jhe deram: que tomou por emparo de lua vida vir ao longo do mar per eípaço de mais de ferenta léguas bufcar a noíTa fortaleza de Arguim, onde embarcou com aauelles poucos que o feguíram, pofto na eíperanja da grandeza, e liberalidade delRey, de quem tanta oíFerta em palavras, e tanta honra, e mercê em obras tinha recebido. A qual confiança o nao enganou; porque lembrando aElRey quanta verdade íempre achou em Bemoij em tempo de fua proíJDeridade, e também com defejo de o trazer per taes benefícios ao Baptifmo, caufou recebello com tanta honra, e apparato y porque também grande confolaçao he aos triftes a facilidade, com que os recebem na primeira entrada de feu requerimento. E fendo elle já dentro na fala, onde ElRey o eílava efperando, como diíTcmos, fahio dous, ou três paílbs do eftrado com o barrete hum pouco fora. Bemoij, fegundo feu coílume, tanto que fe vio ante ElRey com todolos feus, íe debruçou aos feus pés, moílrando que tomava a terra debaixo delles, e a lançava fobre fua cabeça em fmal de humildade, e obediência, o qual ElRey fez alevantar; e tornando-fe ao eftrado, encoftou-fe em pé a huma cadeira, mandando ao interprete que lhe diileíTe que.fal-

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