Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/396

Çamorij concebeo o que lhe diziam mandou chamar Vafco da Gama, e diíTe, que lhe defcubriíTe huma verdade, que clle promettia de lha perdoar, por fer coufa natural aos homens buícarera cautelas, e modos de ília abonação pêra fazerem feu proveito y e que fe andavíim deílerrados por ai gum cafo, elle os ajudaria cm tudo j cá, legundo tinha labido d′alguns homens das partes da Franquia, donde diziam fer, elles não tinham Rey; ou fe o havia na fua pátria, o feu officio mais era andar pelo mar d′ armada á maneira de coífairos, que por razão do commiercio. Vafco da Gama quando ouvio taes palavras, fem leixar ir ElRey mais avante com elías, diífe, que verdadeiramente elle não punha culpa cuidarem dellcs muitas coufas, porque grão novidade devia fer a todolos feus vaíTallos verem naquellas partes nova gente em religião, e coftumes; e mais vindos per cami-r nho nunca navegado, com embaixada de hum poderofo Rey, que não pertendia mais intereííe que fua amizade, e communicaçao de commercio, pêra dar nova faliida ás efpeciarias daquelle feu Rey no Calecut • porque homens, arm.as, cavallos, ouro, prata, feda, e outras coufas á humana vida neccíTarias no íeu Reyno as havia tão abaftadamente, que não tinha neccílldade de as

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