DA FRANÇA AO JAPÃO
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A joven esposa de S. Ex. fazia com a maior gentileza as honras da festa.

Depois de conversarmos com o Director da Instrucção Publica do Japão, que tambem fôra convidado, dirigimo-nos á sala do banquete, no meio da qual se achava uma extensa mesa coberta com as mais delicadas iguarias francezas, entre as quaes sobresahião os perús, gallinhas e outras peças assadas, todas trufadas, e que, segundo nos disse um joven japonez, addido á commissão, forão preparadas por um cozinheiro do paiz que fôra mandado á Paris aprender sua arte.

O que nos intrigou a principio, foi não vermos cadeiras em roda da mesa, porém, ao convite attencioso que nos dirigião os ministros japonezes de tomarmos os lugares, notamos encostadas ás paredes da sala commodas poltronas.

Apenas nellas recostados, pensavamos nas difficuldades que se nos apresentavão, por termos de repousar, necessariamente, os pratos sobre nossos joelhos, mas a nossa perplexidade durou pouco; numerosos creados vestidos com todo luxo asiatico, collocárão diante de cada conviva um pequeno banco que assim nos tirava do embaraço.

Durante todo o jantar, fomos obsequiados por S. Ex. e seus collegas, que com a mais exquisita delicadeza, derramavão excellentes vinhos nos nossos calices, e ião e vinhão sem cessar, a offerecer-nos novos pratos, sem nos deixar mesmo tempo, para saborear as iguarias que acabavão de nos servir.

O jantar durou uma hora, e apenas findo, S. Ex. nos ponderou as vantagens de um passeio pelo jardim do palacio de En-rio-kan, o que foi acceito pelos convivas com immenso prazer.

Assim, depois de Mme Janssen aceitar o braço de um dos ministros japonezes, o que foi retribuido pela joven esposa do Sr. Foudjimaro, fazendo esta honra a M. Janssen, descemos as escadarias do palacio, e, em grupos, seguimos pelas diversas avenidas do jardim. Largos canteiros traçados com um gosto original, continhão bellas rosas do Japão, que nós chamamos