num suspiro -ai que dói! Estão vocês a ver que eu fiquei imediatamente disposto a fugir do grupo. Mas comigo iam cinco ou seis damas elegantes capazes de se debochar mas de não perdoar os excessos alheios, e era sem linha correr assim, abandonando-as, atrás de uma frequentadora dos bailes do Recreio. Voltamos para os automóveis e fomos cear no clube mais chique e mais secante da cidade.

— E o bebê?

— O bebê ficou. Mas no domingo, em plena avenida, indo eu ao lado do chauffeur, no borborinho colossal, senti um beliscão na perna e uma voz rouca dizer: «para pagar o de ontem». Olhei. Era o bebê rosa, sorrindo, com o nariz postiço, aquele nariz tão bem feito. Ainda tive tempo de indagar: onde vais hoje?

— À toda parte! respondeu, perdendo-se num grupo tumultuoso.

— Estava perseguindo-te! comentou Maria de Flor.

— Talvez fosse um homem... soprou desconfiado o amável Anatólio.

— Não interrompam o Heitor! fez o barão, estendendo a mão.

Heitor acendeu outro gianaclis, ponta de ouro, sorriu, continuou:

— Não o vi mais nessa noite, e segunda-feira não o vi também. Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele todos os maus instintos