po de batalha, foi junto á freguezia de Campanham, aonde o pequeno Rio, que por ella paſſa, tomou o nome de Rio Tinto, em memoria do muito ſangue dos Mouros, que nelle ſe derramou; e tres Portas deſta Cidade, tomáraõ o da Batalha, porque do ſitio em que hoje eſtaõ, ſahíraõ os Christaõs ao combate. Porém Almançor Capitaõ Arabe, logo depois ſahío da Cidade de Cordova com outro Exercito muito mais poderoſo, eſpalhando por toda a parte o terror, a confuſaõ, e a mortandade: apenas elle aviſta os Muros do Porto, arraza-os, e naõ deixa em todo o ſeu ambito pedra ſobre pedra.
[1] Aſſim permaneceo deſpovoada; e erma, até que no anno de 999. huns nóbres, e valoróſos fidalgos Gaſcoens, entráraõ com huma grande Armada pela foz do Rio Douro, para expulſarem os Mouros das terras, que tirannamente poſſuiaõ. Eraõ os Chéfes deſa Armada D. Moninho Viega, D. Seſnando ſeu Irmaõ, que depois foi Biſpo deſta Cidade, e Nonego, que para acompanhar eſta empreza, tinha renunciado o ſeu Biſpado de Vandoma na França. Eſtes Fidalgos, que traziaõ na ſua companhia muitos, e diſtinćtos Officiaes, apenas deſembarcáraõ na parte ſeptentrional do Rio Douro, dirigíraõ a ſua marcha ao meſmo lugar em que exiſtia a Cidade arruinada. Elles a reedificáraõ muito mais ampla, e forte, cingindo-a de ſoberbos, e elevados Muros, que naquelle tempo eraõ inacceſſiveis ao Soldado mais intrépido. Deixáraõ nella huma eſcolhida Guarniçaõ, e logo partíraõ a expulſar do reſto da Provin-
cia
- ↑ XVII. Entraõ os Gaſcoens cõ huma Armada no Rio Douro e reedificaõ a Cidade.