duma mulher da epoca
Não falei nunca — e Lídia vai casar. Envelheci ainda mais, tornei-me misantropo. Ela própria acha-me insuportável. Rasguei o quebra-luz côr de laranja e preto que havia no meu quarto. Trago o meu coração prêso às grilhetas do raciocínio e quando êle, insubmisso e revolucionário, se debate, corro ao espelho. Logro, assim, dominar este escravo com alma de Espartaco que mora no meu peito. O espelho é, hoje, o meu fiel, o meu único amigo...
Lisboa, 1929.
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