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A acção do poemeto é velha e quasi nulla: Xiquita filha de pescadores do logarejo chamado Tahyba, enamora-se de Zé-do Mar, é sua noiva. Mas Zé-do-Mar sae uma madrugada para a pesca e não volta mais, e Xiquita perde a razão.

Mas com que deliciosa naturalidade esse quasi nada é contado e cantado! Querem conhecer Xiquita? eil-a:

Xiquita—a flor do logar—
trigueira do sol do mar!
Tem uns olhos namorados,
profundos, negros, maguados,
como as noites de luar.
Xiquita—que linda flor!
Xiquita... ai, amor!

Lembram as linhas serenas
das suas fórmas suaves
O talhe das assucenas,
a estranha origem das aves;
e a sua bocca impoluta
tem a frescura dos linhos,
lembra o rubor de uma fructa
picada dos passarinhos...

Garbosa, ao pé das violas,
nos festejos do logar,
dansa, ao som das castanholas,
bate as palmas ao luar...
E o mar ao vêl-a se agita,
cheio de ancias de amor...
E é tão mimosa e bonita!
que luz, que graça infinita!
Xiquita!
Que linda flor!

A descripção de Tahyba é um primor de graça e singeleza. Algumas estrophes. Descrevendo a capellinha:

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