mente 4. Citaremos aqui, unicamente, as espcies mais importantes:

1.º o algodoeiro herbceo ou de Malta (Gossypium herbaceum).

2.º o algodoeiro arboreo ou arborescente (Gossypium arboreum).

3.º o algodoeiro da India (Gossypium indicum).

4.º o algodoeiro felpudo (Gossypium hirsutum).

5.º o algodoeiro religioso ou de tres pontas (Gossypiim religiosum).

6.º o algodoeiro folha de videira (Gossypium vitifolium).

Algodão manufacturado.--Seria para desejar que se encontrassem em nossa provincia fabricas de tecidos de algodão, de todos os estabelecimentos fabrís os de maior utilidade e vantagem para o commercio e agricultura. Já houve aqui uma que infelizmente succumbio por ter fallecido o seu proprietario; tentou-se ainda levar a efeito outra fabrica de tecidos, mas aterraram por tal fórma os poucos espiritos emprehendores, que não teve lugar a associçao nem de um seitil, de sorte que nenhuma fabrica temos de fiação; consta, porém, que nos sertôes da provincia existem alguns pequenos teares que fabricam diminuta quantidade de tecidos, os quaes alli mesmo são consumidos, pois que só exportam d'essas localidades redes lisas e lavradas.

Em Alagôas e Bahia fabricam o tecido do algodão, que exportam para as de mais provncias do Imperio.

O caroço do algodão é excessivamente oleoso, e a industria tem-se aproveitado d'elle para obter um oleo muito proprio para luz, fabrico de sabôes e uso de machinas, e que tambem é empregado na medicina. O processo de extracção d'este oleo é analogo ao que se pratica com a mamona.

Propriedades e usos do algodão.-- Nas immensas producções do reino vegetal, talvez não se encontre uma só que se possa comparar com o algodoeiro quanto á utilidade.

O homem tem apropriado ás suas necessidades um grande numero de arvores, de arbustos, de plantas alimenticias ou de ornamento; existe porém um numero mui limitado de vegetaes que lhe forneçam materias para cobrir a sua nudez. Entre estes, o algodoeiro é sem contestação, o primeiro.

O canhamo, o linho e outras plantas texteis lhe fornecem na verdade grandes recursos para vestir-se e para o exercicio de muitas artes. Mas a casca gommosa d'estas plantas exige, para se transformar em fios teciveis, muitas e diversas preparações longas e penosas.

A cultura da seda reclama grandes cuidados, e muitas manipulações, para se converter o seu producto em matria tecivel. Entretanto o algodão offerece ao homem uma matria já preparada pelas mãos da natureza e prompta a transformar-se em tecidos finssimos ou grosseiros, á vontade.

É quasi ocioso enumerar a variedade de tecidos que se fabricam com o algodão, porque todos sabem o que são cassas, filós, morins, panninhos, chitas, madapolões, fustões, veludos, belbutinas, pannos ordinrios ou grosseiros, linhas, rendas, meias, bonés, etc., etc.

Misturando-o com canhamo, linho, lâ e mesmo pellos dos animaes, fabrica-se uma grande variedade de tecidos. Os fabricantes de vellas de sebo, cera, spermacete, stearina, etc, empregam-no em fórma de pavio.

Nas lampadas domesticas o algodão é empregado tecido de um modo particular e sem costuras; os alfaiates usam d'elle em fórma de pastas, etc. Admira-se a finura e a belleza dos pannos e tecidos de algodão que o commercio traz da India.

Todos conhecem as soberbas chitas, com as quaes as da Europa não podem competir. A excellencia d'esses tecidos attesta a excellencia das preparações, quaesquer que ellas sejam, que os fabricantes indianos dão ao algodão, e que ainda não poderam ser imitados pelos fabricantes dos paizes os mais industriosos.