tão agitada com o atual isolamento e tranqüilidade, fixou-me nos olhos, enquanto me dirigia com a voz lenta estas palavras:
— Está satisfeito? Não foi cegamente obedecido?
— Oh! Mila! Obedecido, não! Não me atrevia a pedir tanto... É uma graça que me concedeu... e eu a recebi de joelhos!...
— Ah! fez ela com uma expressão indefinível de tédio.
Geraldo entrava nesse momento. Depois de apertar-me a mão:
— Diz-me uma coisa, Amaral? Por que razão proibiste a Mila de sair de casa?
— Ora, Geraldo! respondi eu enfadado. Nunca hás de ter juízo.
— Foi ela quem me disse!...
— D. Emília?...
— E tu acreditaste! disse Mila ao irmão com um riso irônico.
Isto passava-se ontem.
Hoje à tarde, chegando à sua casa, achei o carro à porta e ela na sala pronta para sair; só esperava por D. Leocádia.
— Vai sair? perguntei-lhe triste.
— Não vê? respondeu correndo os olhos pelo seu trajo.
— Volta cedo?
— Não! Vamos ao teatro.
— Ah!... Tinha-me... prometido não, mas habituado já a vê-la longe do mundo, bonita e risonha só para mim!...