de outras paixões que acabarão por aniquilá-la completamente.

O que eu sinto agora é só um desejo frio de vingar-me e pagar a Emília desprezo por desprezo.

Eis a história do meu primeiro e talvez único amor, Paulo; precisava derramar no teu seio as lágrimas que ainda neste momento afogam meu coração.


XVIII


Pensava ter concluído esta carta, mas não, Paulo! Tornei a vê-la!

É passado um mês.

Durante ele evitei encontrar-me com Emília. Minha alma precisava desse momento de repouso entre o amor extinto e o ódio nascente.

Foi há três dias que a vi pela primeira vez depois do nosso rompimento.

Jantava eu em casa de D. Matilde. Estava encostado ao piano ouvindo Julinha tocar; a mãe chamou-a. Nessa ocasião Emília aproximou-se de mim e disse-me com o seu habitual sarcasmo:

— Já não me ama... Por que foge de mim? Tem medo?

Estávamos sós na sala.

Travei-lhe do braço e apertei-o com ímpeto brutal.

— A senhora acredita que a consciência de uma grande infâmia pode matar um homem de brio?... Pois se fosse possível