de outras paixões que acabarão por aniquilá-la completamente.
O que eu sinto agora é só um desejo frio de vingar-me e pagar a Emília desprezo por desprezo.
Eis a história do meu primeiro e talvez único amor, Paulo; precisava derramar no teu seio as lágrimas que ainda neste momento afogam meu coração.
Pensava ter concluído esta carta, mas não, Paulo! Tornei a vê-la!
É passado um mês.
Durante ele evitei encontrar-me com Emília. Minha alma precisava desse momento de repouso entre o amor extinto e o ódio nascente.
Foi há três dias que a vi pela primeira vez depois do nosso rompimento.
Jantava eu em casa de D. Matilde. Estava encostado ao piano ouvindo Julinha tocar; a mãe chamou-a. Nessa ocasião Emília aproximou-se de mim e disse-me com o seu habitual sarcasmo:
— Já não me ama... Por que foge de mim? Tem medo?
Estávamos sós na sala.
Travei-lhe do braço e apertei-o com ímpeto brutal.
— A senhora acredita que a consciência de uma grande infâmia pode matar um homem de brio?... Pois se fosse possível